Como dizemos no prefácio, a ideia de usar o "bem comum dos portugueses" como forma de identificação nacional nasceu em 1 de Maio de 1993. A primeira versão da parte I deste livro (o manifesto histórico) circulou em fins de 1995. Já reflectia uma colaboração entre nós num contexto de aproximação entre a universidade e o parlamento, bem como uma crónica que assinei no Diário de Notícias

Depois, em projectos de investigação e em intervenções cívicas, fomos desenvolvendo as partes II (pertenças presentes) e III (liberdades futuras). Fomos assim descobrindo o modo como o bem comum dos portugueses radica numa combinação de liberdades e pertenças que respeite o ciclo vital de cada geração sem hipotecar as vindouras.

Agradeço antes de mais à Academia das Ciências de Lisboa, que já foi Parlamento nacional e Biblioteca Pública, e ao Prof. Pina Martins, meu.querido amigo, por ter patrocinado esta apresentação. Sei que lamenta não poder estar aqui agora.

Agradeço aos meus coautores a tolerância que revelaram quanto ao economicismo das minhas contribuições, transformando os argumentos da "ciência do desespero" em desafios para as liberdades e pertenças dos portugueses.

Agradeço ao editor que apostou no projecto em meados de 1997 e o levou a bom termo, promovendo uma apresentação seguida de um porto de honra e, segundo me é dado saber, de queijo da serra.

Agradeço ao Instituto de Investigação Científica Tropical, que financiou em parte a publicação, e queria salientar o empenhamento do pessoal do Centro de Socioeconomia e do Gepolis na preparação deste evento e do próprio livro.

Depois agradeço aos alunos que foram lendo as sucessivas versões que têm estado disponíveis na internet. Quero em especial agradecer aos assistentes e alunos do curso de introdução à macroeconomia da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa os vossos comentários escritos e a vossa presença aqui, depois de acabadas as aulas e sabendo que não é matéria para exame.

Agradeço ainda aos outros colegas e amigos presentes na sala e a tantos que queriam vir mas mas não puderam. Aos que mostraram o seu empenho nesta tarefa de sete anos lendo o livro e fazendo recensões breves ou outros comentários ao seu conteudo. Aos jornalistas também vai um agradecimento pelo eco que derem a este "manifesto de universitários".

No meio de tanta memória que esta casa evoca, dá gosto incluir este testemunho sobre o passado, presente e futuro dos portugueses. Testemunho que revela uma confiança inabalável na nossa capacidade colectiva de enfrentar a globalização económica em democracia aberta, mas também avisa os decisores que as políticas actuais estão a quebrar o ciclo vital e a hipotecar as liberdades futuras dos portugueses.

Nós chamamos a isso o "esticão" do euro e receamos que, como já sucedeu várias vezes na nossa história, os portugueses estejam hoje "perplexos como quem pensou e achou e esqueceu". Todos reconhecemos o verso de Fernando Pessoa, que já me ajudou com o seu "oásis no incerto", agora aplicado à zona do euro pelo Presidente do Banco Central Europeu.

Cumplíce, sem o saber, do abraço armilar que este livro suporta, a euroconfiança do Sr. Duisenberg quase nos levou a chamar Lusolândia ao livro. Mas se calhar as pessoas gostam mais do título que ficou e vão comprar em massa, aproveitando o notável desconto da Vega.

Muito obrigado.

Jorge Braga de Macedo

13 de Maio de 1999